A Congregação Cristã no Brasil (daqui pra frente CCB), é uma organização religiosa quase evangélica, dizemos quase devido as suas inúmeras doutrinas contraditórias que mais se modelam com heresias de inúmeras seitas pseudocristãs. A bem da verdade, uma grande porcentagem delas o são! Muitas das características encontradas nas seitas que lhes fazem ser identificadas como movimentos heterodoxos são também encontradas na CCB, exemplo disso é a crença (não de todos) de que salvação só na CCB. Mas por outro lado a CCB a primeira vista parece ser uma denominação cristã normal como todas as outras, possuem os mesmos hinos, defende o uso da Bíblia, apesar de não incentivar seus membros ao estudo da mesma, possuem usos e costumes nas vestimentas, seu credo doutrinário é impecável (se bem que na prática o negócio é diferente), etc...
Tudo isso ao invés de ser louvável é apenas um laço para os evangélicos menos esclarecidos que pensam poder ter comunhão e considerar-se irmãos junto com os membros da CCB. Entre eles existe até uma expressão que se tornou conhecida entre muitos; para eles nós somos, “os primos” e estamos, “à beira do caminho” da salvação, por que o caminho na verdade, só se encontra na CCB! Você precisa fazer parte da “irmandade”! Com essa aparência de “cristã” eles conseguem angariar através de um proselitismo desonesto (pois são contra o evangelismo), membros de outras denominações evangélicas, os métodos são variados mas o mais usado é o método do sonho e da profecia. Chegam a ponto de profetizar e sonhar falsamente como se fosse Deus chamando as pessoas para sair do que eles chamam de “seitários”, para encontrar a “graça” na Congregação. É claro que um neófito na fé que não sabe distinguir entre uma revelação falsa e verdadeira, é presa fácil. Geralmente quando percebem um novo convertido de outra denominação o primeiro passo é lançar dúvidas sobre sua igreja, alertando que lá os pastores cobram dízimos e que modo de saudação está errado, após isso tratam logo de lançar-lhe um convite para uma visita em sua igreja, daí é só um passo para o re-batismo. Após a pessoa se tornar um “congregado” e entrar para a “irmandade”, ele já se sente superior aos demais crentes, é o primeiro sintoma de quem se filia a CCB! Por isso, fazem jus ao apelido que lhes dão de, “pescadores de aquário”.
Organização
Existe uniformidade doutrinária que é mantida através de assembléias anuais, onde é reunido o corpo sacerdotal (anciãos, cooperadores e diáconos) por três dias. A princípio estas eram realizadas apenas na cidade de São Paulo, porém o número de pessoas fez como que tivessem que ser regionalizadas. Atualmente acontecem em cinco locais diferentes do país (norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul).
Mantém uma cultural oral, não tem publicações (só o relatório anual), não recomenda a leitura de literatura específica, somente a Bíblia.
Não existe cobrança de dízimo e nenhum cargo é remunerado. O resultado das coletas realizadas mensalmente é dirigido para construção de templos, obras de caridades e viagens missionárias. Entretanto não é a direção da igreja que decide o percentual de valores a ser empregado em cada um dos itens, mas o próprio fiel que, querendo dá sua oferta, indica onde quer que seja empregado. A Congregação não participa de atividades políticas e não indica candidatos.
A administração material é centralizada, em grandes pólos regionais e praticamente inexiste autonomia das congregações locais. Não se sabe o número de membros pois não há estatística a respeito. Seu crescimento pode ser dimensionado através do número de construção de templos, que na cidade de São Paulo tem correspondido a uma média de 1.3 por mês. Desde sua fundação até o momento, onde nós sabemos, há duas dissidências, a “Cristã Universal Independente” e a “Congregação Cristã do Brasil Renovada”.
Histórico
O fundador da “Congregação Cristã no Brasil”, Louis Francescon, nasceu em Cavasso Nuovo, província de Udine, Itália, em 29 de Março de 1866. Ainda jovem imigrou-se para os Estados Unidos da América onde teve seu primeiro contato com o evangelho de Cristo através da igreja Valdense. Logo após, fundou com a ajuda de alguns crentes a igreja Presbiteriana Italiana, no entanto seu questionamento sobre o batismo por aspersão não permitiu tão pouco sua permanência nessa denominação, desligando-se dela algum tempo depois. Em 1907 quando florescia nos E.U.A o movimento pentecostal, Francescon tomou conhecimento dele através do pastor batista Willian H. Durham um dos pioneiros do movimento pentecostal sendo batizado no Espírito Santo nesse mesmo ano. Em 1909, Louis Francescon e seu companheiro Giacomo, também pioneiro do movimento pentecostal na Itália, por mandamento divino, chegam a Argentina e posteriormente ao Brasil em 8 de Março de 1910. Tendo começado em São Paulo e no Paraná fundaram de inicio uma igreja com vinte pessoas re-batizadas, oriundas de diversas denominações evangélicas tais como: Batistas, Presbiterianas, Metodistas e curiosamente apenas um católico. Seu campo de pregação se deu principalmente entre colônias italianas, o movimento se espalhou depois por todo o território nacional.
Aversão a Assembléia De Deus
A CCB tem aversão a todas as denominações evangélicas que não rezam pela sua cartilha, mas em particular com sua parceira no pioneirismo pentecostal a Igreja Evangélica Assembléia de Deus.
Diz o pastor assembleiano Raimundo F. de Oliveira em seu livro: Seitas e Heresias - um sinal dos Tempos que a Congregação “evita qualquer tipo de relacionamento com a Assembléia de Deus”. Na verdade o contato em 1920 entre os líderes de ambas as denominações, foi amistoso segundo consta nas memórias de Gunnar Vingren. Acontece, porém, que com o passar dos tempos a CCB foi deixada à mercê da liderança leiga devido às constantes ausências de seu fundador em viagens para o exterior; foi aí neste ínterim, onde começou a nascer o orgulho denominacional extremista e para piorar ainda mais, em 1928 houve um cisma no meio da CCB e a metade dela se filiou à Assembléia de Deus. Acrescenta-se a isso as diferenças de costumes e teológicas que acabou por originar um rompimento irreparável que perdura até hoje. Muitos dos primeiros membros das Assembléias de Deus alega que o rompimento final foi devido ao costume dos elementos da santa ceia, pois Francescon queria celebrá-la com vinho puro (fermentado) e Daniel Berg co-fundador da Assembléia de Deus, não! Até hoje é costume entre os “glória”, como já foram chamados, de dizer que a Assembléia de Deus está quase no caminho!
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