domingo, 9 de março de 2014

MENINOS OU MONSTROS: O que é que está acontecendo com nossos adolescentes?


Semana passada, duas adolescente (16 e 17 anos) mataram a facadas a “amiga” de 18 anos. O crime ocorreu em Jataí, interior de Goiás.
Já nessa semana, em Eirunepé, cidade amazonense próxima à divisa com o estado do Acre, alguns alunos entre 12 e 16 anospassaram mal após tomarem água no bebedor do colégio. Tudo indica que foram vítimas de outro aluno também adolescente que teria jogado veneno de formiga no reservatório da escola.
Há alguns dias, o Brasil ficou estupefato com a morte de toda uma família na Vila Brasilândia, Zona Norte da capital paulista. Marcelo Pesseghini, de apenas 13 anos, é o principal suspeito de chacinar com tiros na cabeça seus pais, a avó e uma tia e depois cometer suicídio. Ele teria antes confessado ao melhor amigo, que seu maior sonho era assassinar os próprios pais e se tornar um matador de aluguel.

São “apenas” três exemplos, mas que gritam uma indagação geral da nação: “O que é que está acontecendo com nossos adolescentes?”
A resposta é complexa e não pretendo esgotá-la. Gostaria de destacar pontos que, a meu ver, estão mais salientes e carecem de reflexão.
O primeiro deles é a relação que existe entre ira e disciplina. A Bíblia nos adverte que nossos filhos ficam expostos a um comportamento iracundo sempre que os pais não tem disposição em discipliná-los e admoestá-los (Ef 6.4). É o que de vez em quando chamo do efeito “show no shopping”: a criança abre o berreiro e se joga no chão porque não teve sua vontade feita. Essa criança cresce e a atração se transforma; o “show no shopping” vira um circo de horrores. Crianças que não tem sua natureza pecaminosa sob o controle da disciplina, dificilmente se tornarão adolescente influenciáveis pelas opiniões de seus pais.
Outro fato preocupante é que a infância, a época da imputabilidade, está cada vez mais elástica. Adolescentes são apenas vítimas e nunca responsabilizados pelas próprias decisões. Ao olharmos para a Palavra, vemos algo bem diferente. No povo de Israel, quando a criança completava 12 anos de idade, ela passava pelo Bar-Mitzvá que significa “tornar-se filho da lei”. A partir desse momento ela teria todos os direitos e deveres de um adulto. É verdade que não estamos mais no estado teocrático de Israel, mas um grande princípio pode ser extraído disso. De que a responsabilidade precisa ser atribuída ao indivíduo mais cedo do que nossa nossas leis propõe. Deus, que é o Criador, entende que o ser humano tem condições de arcar com as consequências de seus atos desde a adolescência.
Adicionamos mais um elemento importante à discussão e que ajuda a descaracterizar o adolescente como vítima social, que é a herança familiar. Alguns sociólogos e psicólogos argumentam que certos indivíduos não têm outra opção a não ser o crime, pois foram educados nesse sistema, assistindo seus pais. Isso não procede integralmente; não descarto que exista cerco grau de influência mas, por outro, se isso fosse uma regra, não veríamos gangues formadas por jovens de classe média que, teoricamente, estão menos expostos à violência. Mesmo que estivessem, novamente a Bíblia traz luz à questão: “Aquele que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada.” (Ez 18.20) A relação dos reis de Judá no Antigo Testamento é uma grande prova de como esse versículo funciona na prática. Acaz foi um dos piores reis de Israel (735-715a.C.); promoveu a idolatria e preferiu confiar no rei da Assíria e não no Senhor; até mesmo o próprio filho ele ofereceu em holocausto a um deus pagão. Já seu outro filho, o que lhe sucedeu ao trono, Ezequias (715-687a.C.), a despeito do péssimo exemplo do pai, entrou para a galeria dos melhores reis de Israel. Seu exemplo de homem de Deus, no entanto, não bastou para que seu filho Manassés (687-642a.C.), o próximo rei figurasse entre os mais terríveis. Em cada caso, Deus cobrou ou creditou sua justiça, exatamente como o versículo bíblico expressa.
Se pudermos resumir o diagnóstico em duas palavras, eu arriscaria que nossa sociedade tem abandonado os conceitos bíblicos de disciplina e responsabilidade. Isso só para citar a abordagem privada do problema, sem levar em consideração os aspectos de políticas públicas relacionados.
Se você é pai ou mãe, volte mais seus olhos para seu lar. Não há nada de tão precioso -dinheiro ou conhecimento - que seja melhor que ver seus filhos nos caminhos do Senhor. Dê tempo a eles, explicando a realidade que os cerca à luz da Palavra. Se você é um jovem ou adolescente, lembre-se que sua vida é vivida diante de Deus. Do jeito dEle  será sempre melhor que do jeito do seu próprio coração; seja biblicamente responsável por suas decisões. Como um dia escreveu o poeta Pablo Neruda, "Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências." Seja sábio!

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