quarta-feira, 19 de março de 2014

Leitora pergunta sobre a genealogia de Jesus

“Estão dizendo que a genealogia é dada pelo pai. Que Jesus nasceu de uma virgem. Então ele não é descendente de Davi nem da tribo de Judá! Como responder a isso?” – Por Alice Barros
Olá, Alice. Prazer em te responder. Bem, vamos lá. Pelo que entendi, você está perguntando se, já queEle tinha um corpo humano, mas que foi formado pelo Espírito Santo,  descobrimos que se originou pelo Espírito Santo. A questão então é: a adoção o qualificaria para ser uma parte da linhagem de José? A resposta mais rápida é que a Virgem Maria era descendente do rei Davi também, então por isso Jesus, pois Ele é o filho de Maria, descende do rei Davi.
Só que temos que clarificar alguns pontos. O Espírito Santo não criou material dentro de Maria, a fim de conceber Jesus. O óvulo de Maria foi usado porque o anjo Gabriel disse: “e tu conceberás…”  a Maria e não “o Espírito Santo irá conceber …” Deus usou o DNA de Maria para criar corpo humano de Jesus. Exatamente como Ele fez isso é um mistério que nunca foi dito. Então, Jesus era descendente de Davi através de sua mãe na carne e através de José, em que José foi casado com Maria. Nenhum marido tem de adotar a criança do corpo de sua esposa quando eles são casados, mesmo que seja um casamento não consumado.
A genealogia de José está listada porque, pelo casamento de José a Maria e pela sua aceitação de Jesus como seu próprio filho (cf. Mt. 1,18-25), José tornou-se pai legal de Jesus. Assim, os antepassados de José tornaram-se antepassados de Jesus.
Para um exemplo de o precedente do Antigo Testamento para isso, veja a história da adoção de Jacó dos filhos de José, Manassés e Efraim (cf. Gn. 48,3-6). Jacó afirma que estes filhos de José eram como seus e afirma que eles são iguais em pé de igualdade com seus filhos de sangue Rúbens e Simeão (seus primeiros filhos).
Por muito tempo, estudiosos cristãos têm analisado que, como a relação profetizada entre Davi e Jesus parecia ser muito mais do que uma relação jurídica (cf. Rm. 1,3), que a Virgem Maria deve ter sido também da casa de Davi. Isto é certamente possível, embora não saibamos ao certo. No entanto, é interessante notar que Maria é nomeada especificamente na genealogia de Mateus ao lado de José (cf.Mt. 1,16). Junto com outras menções das mulheres na genealogia de Jesus, isso era muito incomum, já que mães judias geralmente não eram contadas entre os antepassados naquela época.
Se isso for verdade, então Jesus teria sido o Filho de Davi, tanto por sua relação jurídica de José como pela relação de sangue que ele recebeu através de sua mãe. No entanto, pelas leis da época, a relação jurídica seria suficiente para contar a Jesus como o Filho de Davi.
Se José, da linhagem real do Rei Davi, quisesse esperar para conferir o “direito legal” ao trono davídico a um filho natural, direto seu, tal como Tiago, José (II), Simão ou Judas, esta reivindicação legal não teria entrado em vigor. (Ezequiel 21,27) Por que não? Porque José era descendente do Rei Salomão por meio de Jeconias (Conias ou Joaquim), a respeito do qual lemos em Jeremias 22,24-30: “‘Assim como vivo’, é a pronunciação do Senhor, ‘mesmo que Conias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, viesse a ser o anel de chancela na minha mão direita, dali te arrancaria!’ . . . Assim disse Deus: ‘Inscrevei este homem como sem filhos [quanto à herança do trono de Davi], como varão vigoroso que não terá bom êxito nos seus dias; pois dentre a sua descendência, nem um único será bem sucedido, sentado no trono de Davi e governando ainda em Judá.’” (Mateus 1,11-16; 13,55) Por conseguinte, conceder José o direito legal ao seu filho adotivo Jesus não seria em vão, visto que Jesus, filho de Maria, a virgem, não veio a ser descendente natural de Jeconias (Conias), mas descendente do Rei Davi por meio da linhagem de seu filho Natã, filho de Bate-Seba. Por isso, a genealogia de Jesus, segundo registrada em Lucas 3,23-38, não alista o nome de Jeconias (Conias ou Joaquim).

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