Contudo, Moisés intercede, e o versículo 14 afirma que Deus se "arrependeu".
Deus também parece ter mudado de ideia em varias passagens:
Isaías 38 1-5 Isaías profetiza e diz que o rei Ezequias morrerá, mas em resposta ao arrependimento do rei é lhe acrescentado mais 15 anos
Jonas 3-4 Onde o Senhor cancela o anuncio do juízo, e m resposta ao arrependimento de Nínive
Com base nessas e em outras passagens, os adeptos da teoria deduzem que Deus é um ser temporal ( não "acima do tempo", como em grande parte da teologia tradicional, mas "no tempo") que Ele muda de ideia, que os Seus planos são influenciados pelas criaturas. Na opinião deles, o arrependimento de Deus acontecem porque as decisões humanas são completamente indeterminadas e imprevisíveis, portanto, Deus deve ajustar os seus planos às escolhas livres dos seres humanos.
Primeiro, para que algumas coisas mude, algo tem que ser feito numa ordem cronológica Tem de haver um ponto antes de um ponto depois de mudança. Tudo que passa por um "antes" e um "depois" existe no tempo.
Entretanto, Deus é eterno e está fora do tempo (Jo 17.5; 2Tm 1.9). Então, não pode haver em Deus uma serie de "anteriores" e "posteriores".
Segundo, toda mudança é para uma situação melhor ou pior, pois uma mudança que não faça diferença não é uma mudança. Ou alguma coisa necessária é obtida, a qual anteriormente não se fazia presente, que é uma mudança para melhor ou para pior. Mas, se Deus é perfeito, Ele de nada necessita; portanto Ele não pode mudar para melhor. E se Deus fosse perder alguma coisa, então Ele não permaneceria perfeito; portanto Ele não pode mudar para pior.Assim, Deus não muda.
Terceiro, quando alguém muda de ideia, é porque recebeu uma nova informação, no qual não tinha conhecimento anteriormente, ou porque as circunstancias mudaram de forma a requerer uma atitude ou ação diferente. Mas, se Deus mudou de ideia, não pode ser porque Ele ficou sabendo de qualquer nova informação que desconhecia anteriormente, porque Deus é onisciente - Ele sabe de todas as coisas (Sl 147.5; isso não significa necessariamente que Deus tenha mudado de ideia. Significa apenas que, como as circunstancias mudaram, o relacionamento de Deus com a nova realidade é diferente. Porque as circunstancias, e não Deus, mudaram.
Deus disse a Moisés que a Sua ira estava ardendo contra os filhos de Israel e que Ele se dispunha a destruí-los num juízo. Entretanto, quando Moisés intercedeu por eles, as circunstâncias mudaram. Atitude de Deus para com o pecado é sempre a ira, mas a Sua atitude para com aqueles que O invocavam é sempre de misericórdia. A linguagem empregada nesta passagem é chamada antropomórfica . É semelhante a uma pessoa que, movendo-se de uma lado para o outro, diga: "Agora a casa está à minha direita" , e depois : "Agora a casa está à minha esquerda". Essas informações não querem dizer que a casa se moveu. É que a linguagem sobre a perspectiva de alguém, está descrevendo que a pessoa mudou sua posição em relação aquela casa.
Quando Moisés disse que Deus se arrependeu, essa foi uma forma figurativa de descrever que a intercessão de Moisés teve exito de mudar o relacionamento do povo de Israel com Deus. Ele tirou a nação do juízo de Deus e a trouxe para a misericórdia de Sua graça. Deus não muda, nem muda de ideia, nem de vontade; Sua natureza é imutável.
Como Deus controla tudo, Ele conhece tudo, inclusive o futuro. Conhecer o futuro é uma prova de um verdadeiro profeta (Dt 18-22) e na verdade de um Deus verdadeiro (Is 41.21-23;42.9;43.9-12;44.7;48.3-7) como suas profecias Deus prediz os seculos futuros ( como Gn 9.26,27). Contrariamente aos teístas abertos que pensam que Deus não pode prever suas decisões humanas, frequentemente Ele prediz detalhadamente o comportamento humano (1 Sm 10.1-7;Jó 37.6-10; Mt 26.34). Ele prediz o comportamento e o caráter dos seres humanos em um futuro distante ( 1 Rs13.1-4; Is 44.28-45.13).
Como, então, devemos entender o "arrependimento" de Deus? Em primeiro lugar, Deus declara, em Jeremias 18.5-10 , como politica geral, que se Ele anunciar juízo e o povo se arrepender, Ele se arrependerá. Ele fara a mesma coisa se declarar benção, e o povo fizer o mau. Em outras palavra, a compaixão faz parte do plano imutável de Deus e não se trata imposta a Ele pela a sua ignorância. Além disso, Deus não somente é transcendente (além da nossa experiencia), mas também imanente ( envolvido na nossa experiencia). Na terra, ele habitou no Tabernáculo e no Templo, em Cristo, como também é onipresente ( Sl 139.7-12).
Quando Deus interage com o povo no tempo, Ele faz uma coisa e depois outra. Ele amaldiçoa, e depois abençoa. As Suas ações estão em uma sequencia temporal e, por essa razão elas são, de certa forma, imutável. Mas essas mudanças são cumprimento do plano eterno de Deus, que não muda.
É importante , portanto, considerar Deus como trabalhando, tanto no alto como abaixo, na eternidade e no tempo, e não somente dentro do tempo como propõe os teístas abertos.
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